sexta-feira, 27 de julho de 2012

GM mostra que não há almoço grátis

E a GM do Brasil mostra sua cara, ou melhor, a cara das grandes empresas.
O governo brasileiro diminuiu o IPI (imposto sobre produtos industrializados) não só para aquecer a economia em tempos de crise, mas para assegurar que não haveria demissões nas montadoras, motores da economia brasileira. Ou seja, o governo tirou do dele para garantir a renda dos brasileiros.
E eis que passados alguns meses, a GM sinaliza com o fechamento de mais de 2000 postos de trabalho diretos, sem contar o impacto nas diversas empresas satélites.
Como sempre digo, as grandes empresas são o retrato do nosso injusto sistema, no qual o que vale é a grana, a qualquer custo.
Ou como exemplificou o nobel da economia Milton Friedman: "no capitalismo não há almoço grátis", nunca.
Bem, é isso!
Diante de tal quadro, penso que, sob uma perspectiva fortemente pragmática, o melhor seja aceitar esta realidade, pois é da natureza dos detentores do capital objetivar o lucro, e só ele, para que possamos avançar dentro do possível, ao invés de acreditar em papai noel.
O que quero dizer, ao invés de contar com a boa vontade dos grandes capitais, o ideal seria formular e implementar políticas fiscais, econômicas e públicas nas quais o Estado tenha o controle de suas ações, sem precisar ficar refém do status quo privado dominante.
Mas para isso seriam necessárias mudanças estruturais profundas, complexas e mediatas.
Caso contrário, 99% da população continuará refém de 1%.

Agora... deixando esse tal de pragmatismo de lado, sempre é bom lembrarmos do gênio Eduardo Galeano: "a utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar"
Quem sabe não possamos desfrutar, algum dia, um almoço grátis?



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